Talvez você não tenha TDAH. Vamos conversar sobre um aspecto muito importante do TDAH?

                Vamos falar sobre atenção e motivação. Vamos falar sobre como esses processos ocorrem naturalmente em nosso psiquismo e, se e como podemos produzir um desenvolvimento próximo do natural em nosso benefício.

                Sua falta de motivação pode não ser procrastinação ou algum transtorno como estamos sendo orientados a pensar recentemente. Ela pode estar associada à um processo de significação fraco ou nulo. Vamos a isso.

                Vamos a um extremo. Por que a perda de parentes próximos é tão mobilizadora de afetos e sentimento de uma maneira imediata e duradoura?  Muitas pessoas quando perdem os pais ou entes queridos próximos são mobilizadas a reações extremas de tristeza e em alguns casos o luto pode durar anos. Algumas pessoas evitam pensar na perda procurando não perder o controle sobre suas emoções.

                Ainda num extremo. A perda de empregos de anos também é um evento mobilizador de muita disposição e energia. Alguém que perde o emprego é mobilizado muito rapidamente à ação de várias formas, procurando reverter ou reparar o quadro de perda e de instabilidade que se instala. A mobilização intensa pode durar muito tempo na forma de organização, planejamento e esforços em busca da recuperação do emprego ou de uma nova ocupação.

                Num caso menos extremo podemos imaginar a chegada de uma nova vida ao mundo. Uma gravidez é evento mobilizados de atenção e cuidados, mas ainda mais mobilizador é o nascimento em função das necessidades do bebê que precisam ser atendidas imediatamente. Nesse caso é interessante notar como a própria gravidez pode ser considerada fase de preparação de motivação para o nascimento, veremos mais logo a seguir.

                Queremos chamar atenção, com os exemplos acima, para o fato de que todos os eventos envolvem pessoas e circunstâncias repletas de significado. E aí reside a grande questão da motivação e atenção, o significado do objeto que se pretende.

                Em todos os casos é fácil falar sobre o investimento de atenção, afetos e sentimentos que se faz ao longo do tempo sobre os objetos a que nos referimos. Durante anos de convívio com nossos pais e parentes próximos investimos atenção, trocamos afetos e sentimentos, aprendemos valores, modos de vida importantes ou mesmo maneirismo aparentemente inofensivos. No caso de empregos e ocupações, nossa relação com eles é de profunda significação no sentido de que dependemos dos proventos e estabelecemos relações ricas e profundas no convívio cotidiano também. O caso da gravidez pode ser ainda mais enriquecedor na exposição que aqui fazemos. Podemos considerá-la como um processo de enriquecimento de significação que antecede o nascimento do bebê. O próprio cuidado com a gravida e a barriga, e a admiração da formação e desenvolvimento do feto já emprestam à relação uma carga de afeto necessário no nascimento e que enriquecem o processo de construção de significado que resulta na construção da imagem que acabará se formando do filho.

                Por outro lado, podemos falar sobre processos de significação fracos que resultam em desmobilização de afetos e sentimentos. Isso ocorre quando o processo de construção de significado não foi realizado de maneira consolidada. Por isso precisamos falar sobre o processo de construção de significado em seus detalhes mais profundo, conforme conseguirmos aqui.

                Antes precisamos falar sobre como lidamos com as pessoas e objetos da realidade. Algumas teorias psicológicas dizem que lidamos com a realidade através de representações abstratas que construímos em nossa mente. A ideia por trás disso é que precisamos dessas representações para carregarmos conosco e podemos manipulá-las mesmo à distância. Dessa forma a primeira noção à que remete tal conceito é a da própria memória. Se não tivéssemos a capacidade de trabalhar através de representações de objetos esqueceríamos não só das pessoas, mas de qualquer coisa assim que nos afastássemos dela. Outra noção importante que remete ao conceito das representações de objeto que construímos em nossa mente é a de projeção. Somos capazes de projetar nossos próprios sentimentos e afetos apenas na medida em que o objeto pode ser representado em nossa mente,

                Portanto, podemos dizer que são exatamente essas representações de objeto que podem ser significadas e depois mobilizar nossos afetos e disposição à realidade. É na representação de pai que depositamos nossos afetos infantis e na mesma representação depositamos também muitas de nossas frustrações. Nessas imagens depositamos sonhos e pesadelos, vontades e repulsas em conformidade com experiências importantes, que chamamos significativas.

                Da mesma maneira representamos nosso emprego e ocupação, nossa própria imagem e até mesmo a pretensão que temos a respeito de nós mesmo. Mas porque é tão importante falar sobre essa forma de lidar com a realidade, nesse contexto? Os processos de motivação dependem de estar ligados à representantes repletos de significado. Esses significados imbuídos nos representantes concorrem por nossa atenção e cuidado.

                Precisamos ter consciência de nossa inconsciência, no mínimo. Saber que representantes de objetos tem prevalência sobre outros pois são mais investidos de significado nos dá a consciência de que não somos procrastinadores, mas, em alguma instância, apenas mal resolvidos em relação à algumas questões que assaltam nossas consciências em momentos que pretendemos prender nossa atenção ao trabalho ou ao estudo.

                A consciência desse fato pode até não resolver o problema de ninguém, mas pelo menos nos previne de adotarmos os apelidos em voga ou mesmo algum diagnóstico descuidado. Muitas vezes o jovem ansioso não desenvolveu ainda a competência necessária para acolher a própria questão e dar um encaminhamento mais sólido e aquilo que não pode se resolver retorna muitas vezes demandando solução.

                O acompanhamento psicoterapêutico precisa habilitar o indivíduo a uma constante identificação desses conteúdos que ocupam a mente e o coração sem se resolverem e desenvolver modos de acolhê-los, da mesma maneira que se faz na clínica tantas e tantas vezes. Reconhecemos a limitação desse processo feito solitariamente, considerando a importância do outro no processo de construção de significado e simbolização dos eventos e questões. Mas ainda assim encontramos o desenvolvimento e evolução da autoanálise pois muitas questões podem receber tratamentos caseiros com eficácia e eficiência.

Talvez você não tenha TDAH. Vamos conversar sobre um aspecto muito importante do TDAH?

                Vamos falar sobre atenção e motivação. Vamos falar sobre como esses processos ocorrem naturalmente em nosso psiquismo e, se e como podemos produzir um desenvolvimento próximo do natural em nosso benefício.

                Sua falta de motivação pode não ser procrastinação ou algum transtorno como estamos sendo orientados a pensar recentemente. Ela pode estar associada à um processo de significação fraco ou nulo. Vamos a isso.

                Vamos a um extremo. Por que a perda de parentes próximos é tão mobilizadora de afetos e sentimento de uma maneira imediata e duradoura?  Muitas pessoas quando perdem os pais ou entes queridos próximos são mobilizadas a reações extremas de tristeza e em alguns casos o luto pode durar anos. Algumas pessoas evitam pensar na perda procurando não perder o controle sobre suas emoções.

                Ainda num extremo. A perda de empregos de anos também é um evento mobilizador de muita disposição e energia. Alguém que perde o emprego é mobilizado muito rapidamente à ação de várias formas, procurando reverter ou reparar o quadro de perda e de instabilidade que se instala. A mobilização intensa pode durar muito tempo na forma de organização, planejamento e esforços em busca da recuperação do emprego ou de uma nova ocupação.

                Num caso menos extremo podemos imaginar a chegada de uma nova vida ao mundo. Uma gravidez é evento mobilizados de atenção e cuidados, mas ainda mais mobilizador é o nascimento em função das necessidades do bebê que precisam ser atendidas imediatamente. Nesse caso é interessante notar como a própria gravidez pode ser considerada fase de preparação de motivação para o nascimento, veremos mais logo a seguir.

                Queremos chamar atenção, com os exemplos acima, para o fato de que todos os eventos envolvem pessoas e circunstâncias repletas de significado. E aí reside a grande questão da motivação e atenção, o significado do objeto que se pretende.

                Em todos os casos é fácil falar sobre o investimento de atenção, afetos e sentimentos que se faz ao longo do tempo sobre os objetos a que nos referimos. Durante anos de convívio com nossos pais e parentes próximos investimos atenção, trocamos afetos e sentimentos, aprendemos valores, modos de vida importantes ou mesmo maneirismo aparentemente inofensivos. No caso de empregos e ocupações, nossa relação com eles é de profunda significação no sentido de que dependemos dos proventos e estabelecemos relações ricas e profundas no convívio cotidiano também. O caso da gravidez pode ser ainda mais enriquecedor na exposição que aqui fazemos. Podemos considerá-la como um processo de enriquecimento de significação que antecede o nascimento do bebê. O próprio cuidado com a gravida e a barriga, e a admiração da formação e desenvolvimento do feto já emprestam à relação uma carga de afeto necessário no nascimento e que enriquecem o processo de construção de significado que resulta na construção da imagem que acabará se formando do filho.

                Por outro lado, podemos falar sobre processos de significação fracos que resultam em desmobilização de afetos e sentimentos. Isso ocorre quando o processo de construção de significado não foi realizado de maneira consolidada. Por isso precisamos falar sobre o processo de construção de significado em seus detalhes mais profundo, conforme conseguirmos aqui.

                Antes precisamos falar sobre como lidamos com as pessoas e objetos da realidade. Algumas teorias psicológicas dizem que lidamos com a realidade através de representações abstratas que construímos em nossa mente. A ideia por trás disso é que precisamos dessas representações para carregarmos conosco e podemos manipulá-las mesmo à distância. Dessa forma a primeira noção à que remete tal conceito é a da própria memória. Se não tivéssemos a capacidade de trabalhar através de representações de objetos esqueceríamos não só das pessoas, mas de qualquer coisa assim que nos afastássemos dela. Outra noção importante que remete ao conceito das representações de objeto que construímos em nossa mente é a de projeção. Somos capazes de projetar nossos próprios sentimentos e afetos apenas na medida em que o objeto pode ser representado em nossa mente,

                Portanto, podemos dizer que são exatamente essas representações de objeto que podem ser significadas e depois mobilizar nossos afetos e disposição à realidade. É na representação de pai que depositamos nossos afetos infantis e na mesma representação depositamos também muitas de nossas frustrações. Nessas imagens depositamos sonhos e pesadelos, vontades e repulsas em conformidade com experiências importantes, que chamamos significativas.

                Da mesma maneira representamos nosso emprego e ocupação, nossa própria imagem e até mesmo a pretensão que temos a respeito de nós mesmo. Mas porque é tão importante falar sobre essa forma de lidar com a realidade, nesse contexto? Os processos de motivação dependem de estar ligados à representantes repletos de significado. Esses significados imbuídos nos representantes concorrem por nossa atenção e cuidado.

                Precisamos ter consciência de nossa inconsciência, no mínimo. Saber que representantes de objetos tem prevalência sobre outros pois são mais investidos de significado nos dá a consciência de que não somos procrastinadores, mas, em alguma instância, apenas mal resolvidos em relação à algumas questões que assaltam nossas consciências em momentos que pretendemos prender nossa atenção ao trabalho ou ao estudo.

                A consciência desse fato pode até não resolver o problema de ninguém, mas pelo menos nos previne de adotarmos os apelidos em voga ou mesmo algum diagnóstico descuidado. Muitas vezes o jovem ansioso não desenvolveu ainda a competência necessária para acolher a própria questão e dar um encaminhamento mais sólido e aquilo que não pode se resolver retorna muitas vezes demandando solução.

                O acompanhamento psicoterapêutico precisa habilitar o indivíduo a uma constante identificação desses conteúdos que ocupam a mente e o coração sem se resolverem e desenvolver modos de acolhê-los, da mesma maneira que se faz na clínica tantas e tantas vezes. Reconhecemos a limitação desse processo feito solitariamente, considerando a importância do outro no processo de construção de significado e simbolização dos eventos e questões. Mas ainda assim encontramos o desenvolvimento e evolução da autoanálise pois muitas questões podem receber tratamentos caseiros com eficácia e eficiência.

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